De um profundo sonho, tão antigo,
Nas brumas da memória esquecida,
Onde o amor se fez silencioso,
E o tempo ecoa na alma ferida.
Na vastidão do universo errante,
Busco-te entre estrelas cintilantes,
Mas a distância, cruel amante,
Sussurra promessas inconstantes.
Se os sonhos fossem realidades,
Despertaria de ti, minha fonte,
A eternidade nos braços frios,
Onde a morte se encontra no horizonte.
Em devaneios de um louco solitário,
Contemplando a noite, seu calvário,
Entrelaço-me em versos, um relicário,
Onde reside o desejo mortuário.
A dor, essa musa inabalável,
Canta-me hinos de saudade,
Recordando tempos insondáveis,
De uma promessa na imortalidade.
Sob a luz pálida da lua,
Minhas palavras são punhais,
Cortando o véu da noite crua,
Buscando-te em sonhos infernais.
Se amor fosse prisão eterna,
Eu seria teu cativo por destino,
Mas a liberdade, tão moderna,
Nos chama para um amor divino.
Em jardins de lembranças desfeitas,
Floresce a esperança em segredo,
Num coração de promessas refeitas,
Desperto do teu amor, meu medo.
Quantas vidas se passam num instante,
Quantas lágrimas nascem do amor,
Quando o silêncio é teu semblante,
E a distância, um eterno ardor.
Na sombra de cada crepúsculo,
Vejo-te como um reflexo perdido,
E entre suspiros de um vínculo,
Amo-te no tempo, destemido.
Assim, entre versos e eternidades,
Minha alma desperta do sono,
Buscando-te nas vastas realidades,
Onde amor é eterno dono.
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