Estou escrevendo para não gritar,
E espantar os pássaros, que nunca dizem adeus;
Estou escrevendo para não gritar, e afogar o coração.
Mas as palavras descem salgadas, como água de um mar morto, em silencioso soluço!
Estou escrevendo para não chorar, nem perceber o passar da noite,
Para esquecer que estou só, inevitavelmente só, apenas o pensamento.
Mas as palavras choram em um dilúvio eterno,
Me afogando noite a dentro,
Como um espelho sem face, sem alma, sem vida
Apenas flutuando.